Estados Unidos iniciam tarifa de 50% sobre café, frutas e carnes do Brasil

Entrou em vigor nesta quarta-feira, 6 de agosto de 2025, a sobretaxa de 50% aplicada pelos Estados Unidos a parte das exportações brasileiras. A medida, assinada na semana anterior pelo presidente norte-americano Donald Trump, alcança 35,9% dos embarques destinados ao mercado norte-americano, o equivalente a cerca de 4% do total vendido pelo Brasil ao exterior.

Entre os itens afetados estão café, frutas e carnes. Permanecem fora da lista produtos como suco de laranja, minérios, combustíveis, fertilizantes e aeronaves civis.

A elevação tarifária faz parte de uma nova ofensiva comercial do governo norte-americano para reforçar a competitividade interna frente à China. Inicialmente, o Brasil havia sido alvo de uma tarifa de 10% por manter superávit na balança bilateral, mas em julho o percentual subiu para 50%. Trump justificou a ampliação como retaliação a decisões judiciais brasileiras e a supostos prejuízos sofridos por empresas de tecnologia dos EUA.

Autoridades e analistas brasileiros avaliam que o movimento tem peso político e geopolítico, interpretado como tentativa de pressionar o Brics — bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul — em meio às discussões sobre redução da dependência do dólar no comércio internacional.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reagiu no domingo, 3 de agosto, afirmando que o país “não é uma republiqueta” e que não desistirá de buscar moedas alternativas ao dólar. O governo prepara um plano de contingência com linhas de crédito e eventuais contratos públicos para minimizar perdas de empresas exportadoras.

De acordo com o Ministério da Fazenda, negociações com Washington já foram iniciadas após contato da Secretaria do Tesouro dos EUA. O ministro Fernando Haddad indicou que terras raras e minerais críticos, insumos essenciais para a indústria de tecnologia, podem ser usados como moeda de troca na tentativa de reduzir ou suspender parte das tarifas.

Produtores de café também buscam retirar o grão da lista dos itens sobre-taxados. No mesmo dia em que Trump assinou o tarifaço, a China autorizou 183 empresas brasileiras a vender café ao país, abrindo mercado alternativo para o setor.

Com informações de ClicRDC

Asconprev
Asconprev