
Preço da cesta básica recua em 15 capitais em julho; São Paulo registra maior valor
Quinze das 27 capitais brasileiras apresentaram queda no custo da cesta básica de alimentos em julho, aponta a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, divulgada nesta quarta-feira (20) pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Esta é a primeira edição do levantamento que cobre todas as 26 capitais estaduais e o Distrito Federal — até então, a pesquisa era restrita a 17 capitais.
Variações mensais
As reduções mais acentuadas ocorreram em Florianópolis (-2,6%), Curitiba (-2,4%), Rio de Janeiro (-2,3%) e Campo Grande (-2,1%). Já os aumentos mais expressivos foram registrados no Nordeste: Recife (2,8%), Maceió (2%), Aracaju (2%), João Pessoa (1,8%), Salvador (1,8%), Natal (1,4%) e São Luís (1,4%).
Capitais com cestas mais caras e mais baratas
São Paulo manteve o maior valor da cesta (R$ 865,90), seguida por Florianópolis (R$ 844,89), Porto Alegre (R$ 830,41), Rio de Janeiro (R$ 823,59) e Cuiabá (R$ 813,48). Os menores preços ficaram em Aracaju (R$ 568,52), Maceió (R$ 621,74), Salvador (R$ 635,08) e Porto Velho (R$ 636,69), capitais onde a composição da cesta difere das demais regiões.
Comparações anuais
Ao se confrontar julho de 2024 com julho de 2025 nas 17 capitais já pesquisadas anteriormente, todas apresentaram aumento, variando de 2% em Belém a 19,5% em Recife. No acumulado do ano até julho, também houve elevação em todas essas capitais, entre 0,3% (Goiânia) e 11,4% (Recife).
Impacto no salário mínimo
Tomando como referência o custo mais alto verificado em São Paulo, o Dieese calculou que o salário mínimo necessário para cobrir as despesas de uma família de quatro pessoas deveria ter sido de R$ 7.274,43 em julho, 4,79 vezes o piso vigente de R$ 1.518. Considerando o salário mínimo líquido (já descontados 7,5% de contribuição previdenciária), o trabalhador destinou, em média, 50,9% de sua renda para comprar a cesta básica em julho; em junho, o comprometimento era de 51,1%.
Comportamento dos produtos
Arroz: o preço do quilo caiu em quase todas as capitais, com exceção de Recife (alta de 0,65%). As maiores retrações ocorreram em Porto Velho (-7,1%), Palmas (-5,2%) e Florianópolis (-5%).

Imagem: agenciabrasil.ebc.com.br
Feijão: houve queda em 24 capitais. Para o feijão preto, pesquisado no Sul, Rio de Janeiro e Vitória, as retrações mais fortes foram em Vitória (-6,9%) e Florianópolis (-5,2%). No caso do feijão carioca, apenas Porto Velho (0,6%), Maceió (0,4%) e São Luís (0,3%) registraram alta; as demais capitais tiveram recuo de preços entre ‑4,3% (Fortaleza) e ‑0,2% (Aracaju).
Café em pó: diminuição em 21 capitais, com destaque para Belo Horizonte (-8,1%) e Teresina (-3,9%). Entre as seis capitais com aumento, sobressaíram Macapá (7%), Cuiabá (1,3%) e Boa Vista (1,1%). Apesar dos estoques enxutos, a avanço da colheita no país e as oscilações nas bolsas internacionais pressionaram as cotações para baixo.
Carne bovina de primeira: preço subiu em 11 capitais, lideradas por Boa Vista (2%) e Salvador (1,8%), e caiu em 16, com a maior redução em Belém (-2,9%). A forte demanda externa e o abate mais lento de animais influenciaram os valores, embora o anúncio de tarifa de 50% para as exportações brasileiras aos Estados Unidos tenha contribuído para aliviar os preços no mercado interno.
Esta edição da pesquisa consolida o acompanhamento dos custos alimentares em todas as capitais brasileiras, fornecendo parâmetro atualizado sobre o poder de compra do salário mínimo e a evolução de itens essenciais ao longo do ano.
Com informações de Agência Brasil