
Lula lamenta morte de Mino Carta e o classifica como “maior jornalista brasileiro”
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta terça-feira (2) que o país perdeu “seu melhor jornalista” com a morte de Mino Carta, ocorrida na madrugada de hoje. Lula deixou Brasília para participar do velório, realizado no Cemitério São Paulo, no bairro de Pinheiros, zona oeste da capital paulista.
“É importante que a juventude saiba: Mino Carta é, inegavelmente, o melhor jornalista brasileiro de todo o século 20 e do início do século 21”, declarou o presidente, após prestar homenagens ao amigo.
Lula lembrou que considera Carta um companheiro de longa data. “A gente não escolhe pai nem mãe, mas escolhe companheiros. E o Mino foi meu companheiro nesses últimos 50 anos.”
Criação de veículos de imprensa
O presidente destacou a trajetória de Mino Carta como fundador de revistas como Veja e Carta Capital. “Veja se há alguém que chegue perto dele na capacidade de criar”, afirmou.
Capa histórica em 1978
Lula recordou ainda a edição de 1978 da revista IstoÉ, comandada por Carta, que trouxe a manchete “Lula e os Trabalhadores do Brasil”. Segundo o presidente, essa publicação foi fundamental para projetá-lo nacionalmente. “Foi uma gentileza que me colocou no cenário da imprensa brasileira”, disse.
Homenagens no velório
Presente à cerimônia, o jornalista Juca Kfouri definiu Carta como alguém “permanentemente indignado” e intransigente em seus princípios. “Ele jamais se omitiu e inventou os próprios empregos para manter a independência”, afirmou.

Imagem: Internet
A filha do jornalista, Manuela Carta, destacou a personalidade rígida do pai na redação. “Ele era completamente irredutível. Às vezes parecia uma trattoria napolitana, mas, no fim, a gente se divertia”, contou. Ela acrescentou que o pai “não conseguiu ver o Brasil que imaginava” e era crítico inclusive de setores do governo Lula, apesar da amizade entre os dois.
Mino Carta tinha 91 anos e construiu carreira marcada pela fundação e direção de algumas das principais revistas do país, além de participação ativa em debates políticos e culturais.
Com informações de Agência Brasil