
Haddad projeta novo Código de Mineração para este ano e defende agregar valor às terras raras
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quarta-feira (27 de agosto de 2025) que o governo pretende finalizar ainda em 2025 a atualização do Código de Mineração, principal marco regulatório do setor. A declaração foi feita durante entrevista ao programa UOL News, do Canal UOL.
Haddad classificou o texto atual como “muito atrasado” e contou ter discutido o tema pela manhã com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “O presidente vai dar um impulso grande”, disse o ministro ao comentar o cronograma para concluir a proposta.
Valor agregado
Na mesma entrevista, o titular da Fazenda defendeu que o Brasil deixe de exportar terras raras brutas e passe a incorporar tecnologia ao processo. “Você vende tudo praticamente sem agregar valor”, criticou, citando o exemplo do ferro, que, segundo ele, é exportado principalmente como matéria-prima.
Para Haddad, repetir essa estratégia com minerais críticos — como nióbio, lítio, titânio e tântalo, abundantes no território nacional — significaria perder oportunidades de desenvolvimento tecnológico. “Não podemos correr o risco de não agregar valor”, reforçou.
Interesse internacional
O ministro comentou ainda o interesse do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, por reservas de terras raras ao redor do mundo. Especialistas apontam que recentes investidas de Trump em relação a outros países estariam direcionadas à obtenção desses minerais, considerados estratégicos para a chamada “economia do futuro”.

Imagem: Internet
Elementos de terras raras são fundamentais para fabricar painéis solares, turbinas eólicas, discos rígidos, equipamentos aeroespaciais, baterias de veículos elétricos e dispositivos de nanotecnologia. A extração, no entanto, envolve processos dispendiosos e uso de solventes e ácidos que afetam o meio ambiente.
Segundo Haddad, ampliar a cadeia de valor no país exigirá investimentos em pesquisa para tornar a produção mais limpa e competitiva. Ele argumenta que, assim como o Brasil domina a produção de aço, deve buscar domínio tecnológico também nos minerais estratégicos.
Com informações de UOL